Anos sessenta
Os anos sessenta eram anos difíceis para a maioria da população portuguesa que teve de emigrar do País, sobretudo para os países da Europa: França, Alemanha, Bélgica... A França foi o País que acolheu mais portugueses. Alguns emigraram clandestinamente, a salto, como então se dizia. Parece um paradoxo mas a economia nos anos cinquenta e sessenta (período pós – Guerra) estava em crescimento na Europa. Em Portugal – que recusara o Plano Marshal – estava bem mais atrasada. As colónias eram uma esperança!
Os anos sessenta eram anos difíceis para a maioria da população portuguesa que teve de emigrar do País, sobretudo para os países da Europa: França, Alemanha, Bélgica... A França foi o País que acolheu mais portugueses. Alguns emigraram clandestinamente, a salto, como então se dizia. Parece um paradoxo mas a economia nos anos cinquenta e sessenta (período pós – Guerra) estava em crescimento na Europa. Em Portugal – que recusara o Plano Marshal – estava bem mais atrasada. As colónias eram uma esperança!
Imagens da emigração na década de 60.
Com o eclodir da Guerra em África, no início de sessenta: em Angola começou em Fevereiro de 1961, com os ataques dos guerrilheiros da UPA às fazendas e postos administrativos, tendo-se alastrado depois à Guiné em 1963 e a Moçambique em Setembro de 1964. Ouve portanto uma necessidade política de mobilizar militarmente a juventude para neutralizar e combater os guerrilheiros – então designados por terroristas – afectos aos movimentos de libertação das Províncias Ultramarinas. Os empregos eram difíceis obter, senão quase impossíveis, para determinada faixa etária, próxima dos vinte anos, sem o Serviço Militar cumprido. As entidades patronais não queriam ficar vinculadas à contratação de mancebos que pouco depois eram retirados para as fileiras militares, com a agravante de uma vez cumprido o serviço militar terem de os readmitir nos seus antigos postos de trabalho: Era essa a política, assim como era dada primazia nos empregos públicos aos ex-combatentes de guerra. Uma compensação ou estímulo para aqueles que combatiam pela Pátria.
Os acontecimentos dos anos sessenta foram também conturbados ao nível nacional e político: Em Janeiro de 1961 Henrique Galvão toma de assalto o paquete Santa Maria[1], em Abril desse mesmo ano houve tentativa de golpe de Estado do general e Ministro da Defesa Júlio Botelho Moniz e em Dezembro a ocupação da Índia pela União Indiana. Na Índia, os primeiros incidentes surgiram em 1954 com as ocupações dos enclaves de Dadrá e Nagar-Aveli, dependências de Damão, e depois em 1960 com a ocupação do Forte de São João Baptista de Ajudá por Daomé.
[1] O paquete navegava entre Curaçado e Miami e deram-lhe o nome de Santa Liberdade. Era Comandado pelo Comandante Simões Maia e além da tripulação levava 600 passageiros. O piloto José do Nascimento foi morto. Rumo ao Brasil e no Porto do Recife desembarcaram os passageiros e o navio foi ocupado por fuzileiros navais brasileiros. A operação durou 12 dias. De volta a Portugal (16 de Fevereiro), Salazar proferiu apenas uma frase: «Temos o Santa Maria connosco, obrigado, portugueses!».
[1] Portugal só em 14 de Dezembro de 1955 viria a ser admitido como membro das Nações Unidas, tendo na altura de responder que não administrava territórios que entrassem na categoria indicada no artigo 73º da Carta...
[1] Portugal só em 14 de Dezembro de 1955 viria a ser admitido como membro das Nações Unidas, tendo na altura de responder que não administrava territórios que entrassem na categoria indicada no artigo 73º da Carta...
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