segunda-feira, 30 de março de 2009

DFE4, 1º Regresso de Angola. Foi há 44 anos…

Foi há 44 anos...

Segundo reza a história – agora é que é caso para se dizer -, faz hoje 44 anos que o pessoal do Destacamento de Fuzileiros nº 4 regressou de Angola!
Embarcámos no N.R.P. S. Gabriel, Porto de Luanda, no dia 18 de Março de 1965. Ainda e a bordo lembro-me de ver e ouvir, na RTP o Festival da Eurovisão cuja canção foi ganha pela intérprete luxemburguesa France Gall: Poupe de cire... Quem estiver interessado em ouvir é só ir ao You Tube (lado direito do Blog, não precisa de sair dele), escrever o título Poupe de cire, clicar em pesquisar (search) e ouvir!
Para todos nós que regressamos nessa altura foi um dia de muita alegria.
O nosso camarada e amigo Carlos Ferreira/Almada, lembrou-se da data e convidou-nos para almoçarmos na Costa da Caparica. Fomos ao Restaurante «O Barbas» que, clubismo à parte - o Almada até é Sportinguista – foi bastante agradável. Trata-se de um grupo habitual, constituído por: Vitorino Santos (ausente na Suiça) e, seguindo a ordem da fotografia (da esquerda para a direita), Álvaro Dionísio, José Alves, Almada, Piriquito, Rodrigues (DFE6), Tony e respectivos consortes!
Acho que todos nós os sobreviventes estamos de parabéns e
para todos, um grande abraço
Álvaro Dionísio

quinta-feira, 26 de março de 2009

DFE4- Comissões em África

As várias comissões do DFE4 em África


Percorrendo o livro do Capitão-de-Fragata, Luís Sanches de Baêna (FUZILEIROS- Factos e Feitos na Guerra de África 1961/1974), constata-se que o Destacamento de Fuzileiros Especiais (DFE4), enquanto formação, fez cinco comissões em África: três na Guiné, uma em Angola e uma em Moçambique nos seguintes períodos:
1ª – Angola 1963/65 (1º Ten Alberto Manuel Pascoal Rodrigues);
2ª – Guiné 1965/67 (1º Ten Rui Jorge de Aguiar dos Santos Paiva);
3ª – Moçambique 1967/69 (1º Ten José Almeida e Costa Cardoso Moniz)
4ª – Guiné 1970/72 (1º Ten José Faustino Ferreira Junior)
5ª – Guiné 1973/74 (1º Ten Albano Manuel Alves de Jesus)

terça-feira, 24 de março de 2009

Imagem de uma memória esquecida

Só a imagem ficou…

A foto que se publica terá sido tirada em Maio de 1964 na zona de Massabi (norte de Cabinda). Agora qual o nosso destino já não me lembro! Creio ou imagino que passamos por uma ponte estreita, de madeira, e por baixo dela passava o rio loja?
Se houver alguém que se lembre, agradeço a ajuda. Entretanto aqui ficam os nomes dos camaradas que seguiram nesta viagem.
Da esquerda para a direita:
1- Marinheiro radiotegrafista ( lembro-me deste rosto mas não sei o seu nome);
2- João Matias Domingos Fernandes, o Granja (14 808);
3- José Ricardo (16 403);
4- Manuel Maria Carvalho Diogo (12 764);
5- Pedro Serrano Batista (16 129);
6- Armando Fernandes Matias (12 071);
7- Álvaro Dionísio (16 291);
8- António Mourato/Montalvão (16 268);
9- Arnaldo Cruz/Quintã (14 855).

sexta-feira, 20 de março de 2009

Música - O Chá das Cinco e o canto do cisne


O chá das cinco era um programa musical ao vivo, passado em Luanda, para divulgação e também promoção de artistas. A história é contada pelo Dinis Carrelo (Faísca). Só que da primeira vez que ma contou, há dois ou três anos, fiquei com a impressão que a personagem era um fuzileiro, à semelhança, de resto, com tantas outras histórias passadas com camaradas de outros destacamentos. Realmente, não passava pelo cabeça de quase ninguém, a excepção do próprio, apresentar-se num programa de música popular propondo tocar o canto do cisne!
Aqui fica a história contada pelo Dinis:

Falando no chá das cinco, como deves de saber era cessão com artistas consagrados, como o duo Ouro Negro, outros que iam da metrópole em digressão e outros que estavam a serem lançados, como por exemplo, o Eduardo Nascimento, e depois havia um género de concurso para aqueles que julgam ter jeito para cantar ou tocar, e ganhava aquele que o público mais batesse palmas. Um belo dia apareceu um indivíduo todo vestido à maneira e com uma viola. A apresentadora perguntou-lhe o que é que ele ia interpretar, ao que ele respondeu: A morte do Cisne . A morte do cisne? – Sim! A apresentadora, estupefacta, não teve outro remédio senão deixar actuar o artista... Este chegou-se ao micro, tangeu as cordas da viola e disse: e nisto o cisne morreu! Quase todo o público se pôs de pé a bater palmas, durante vários minutos, e o individuo ficou em 1º lugar!

quarta-feira, 18 de março de 2009

O Mundo é pequeno….

Como este mundo é pequeno… (2ª parte)


Agostinho Maduro



Aqui no Canada, eu trabalhei 25 anos para uma companhia de electrónicos. Conduzia veículos -um carro de 5 toneladas - e o meu serviço era distribuir e levantar peças electrónicas para os aviões de várias companhias no aeroporto. Fazia o levantamento dessas peças no aeroporto através do waybil (lista de material), onde tinha de assinar e pôr o meu nome em letra legível.
Um dia, num levantamento desses na Alitalia, sou atendido por uma moça que me pergunta: você é português? Sim, e você? Diz-me ela, também, mas sou nascida em Angola! Então conversamos de Angola e a certa altura ela diz-me que era de Ambrizete, e eu atalhei: também já lá estive como fuzileiro. Íamos comer a um Hotel que existia lá, dum guarda - fiscal… era uma coisa familiar, e até havia lá uma miúda, que era sobrinha e ajudava no serviço do Restaurante. Diz-me ela: essa miúda sou eu! O meu nome é Alda Flores Afonso e sou sobrinha do Alberto Afonso, que era guarda fiscal e proprietário do hotel!


Aqui se publica este pequeno filme com fotos do casal Maduro, do Canadá, onde vivem, com recordações dos Açores e Ilha Terceira, onde tudo começou!

terça-feira, 17 de março de 2009

O mundo é pequeno

Agostinho Maduro (1ª parte)


O Agostinho lembra-se de 4 ou 5 esquadras ( 12 ou 15 homens) do DFE4 ter sido mobilizado de Santo António do Zaire para Ambrizete e do pessoal se fazer transportar nos botes de borracha (…) e de nunca ter visto tantos tubarões! Algumas vezes, eram eles que serviam de escolta, e que bonito era vê-los! Pena que os botes não fossem maiores e mais altos…
A viagem correra bem e chegou-se ao destino sem problemas.
A Companhia do Exército acolheu-nos bem e apoiou-nos logisticamente. A alimentação era fraca mas deram-nos o melhor que tinham; o pessoal é que estava habituado a comer melhor!
Depressa foi descoberto um “ Hotel - Restaurante” em Ambrizete, propriedade de um indivíduo chamado Alberto Afonso que era ao mesmo tempo guarda-fiscal da zona… Não se pensou duas vezes… Fomos lá almoçar e fomos muito bem servidos. Só havia um pequeno problema: era quase fim do mês e a massa era pouca (…) mas o sr. Alberto não esteve com meias medidas e disse-nos: venham cá comer quantas vezes quiserem e quando receberem, seja lá onde estiverem, fazem um vale de correio e mandam-me. Diz o meu chefe, Joaquim Cardoso (13331): mas você não nos conhece e faz isso por nós? Diz ele: eu só queria ter muitos fregueses como vocês porque sei que está seguro! Daí em diante era lá que tomávamos as nossas refeições. No último dia, ele disse-nos: este dia é por conta da casa! Deu-nos cá um churrasco que nunca mais o pude esquecer… Quando acabamos a operação, seguimos para Santo António do Zaire, e daqui para Luanda donde fizemos o vale de correio para pagamento da conta ao sr. Alberto.

domingo, 15 de março de 2009

Armando Ivo Bessa Bré


II- Amizade e gratidão

O Bessa prestou serviço de enfermagem na Botica em Santo António do Zaire e foi convidado várias vezes para integrar o quadro de enfermagem com dispensa do respectivo curso de enfermeiro. Não quis...
Quando regressou de Angola, em 1965, passou à disponibilidade e de imediato empregou-se como bancário. Era jovem, com vinte anos, serviço militar cumprido e habilitações literárias convenientes, não teve dificuldades.
Mais tarde, e a partir da altura em que a Banca começa a apostar na rede informática, com a instalação de computadores e a preparação de uma nova filosofia de trabalho e sistema de comunicação e relacionamento interno e externo, o nosso camarada, e amigo Bessa Bré, não quis continuar e saiu. Reformou-se então com 48 anos. Disse-me que não gostava dos computadores porque estes eram impessoais e gostava das relações directas com as pessoas.
Conserva até hoje uma fortíssima ligação aos fuzileiros e integrou o Núcleo da Associação de Fuzileiros do Porto. Está quase sempre presente em Encontros e eventos associados aos fuzileiros. É de assinalar que nos encontros do DFE4 há sempre um camarada que me pergunta pelo Bré, manifestando muito o desejo de o ver e de lhe agradecer. Foi assim no encontro em Abril de 2008, com o Mix, e no encontro de Março de 2005 com o Diogo. Esta forma de
gratidão deve-se à sua generosidade.


Ser generoso não é alimentar, dar de beber ou de vestir, mas partilhar os sofrimentos de outrem (Ali)


Obrigado, Bré.
Bré e o neto. Museu Escola de Fuzileiros/2008
Na foto mais acima:
Aquele abraço entre o Bré e o Agostinho, DFE4/2005 ( É mesmo bonito e até hoje me emociona)

sábado, 14 de março de 2009

Armando Ivo Bessa Bré

I- amizade e gratidão
É agradável falar dos amigos pelo que são e o que representam para nós; seja pelo seu carácter, personalidade, seja pela sua formação, generosidade enfim... Faltam, por vezes, as palavras, os adjectivos ou a descrição que procuro e não encontro para os definir. No fundo, o que procuro mesmo é exprimir um sentimento de amizade e gratidão ao nosso camarada Bessa Bré por ter sido nosso amigo e tê-lo demonstrado na sua permanência e passagem pelos fuzileiros.
O Armando Bré é um filho da escola (16 264) da recruta de Março de 1962, natural do Porto, e um dos alunos mais novos: tinha também 16 anos quando foi incorporada na Marinha e Escola de Fuzileiros, em Vale de Zebro. Era também o grumete que detinha melhores habilitações académicas: o 5º ano completo dos Liceus. Aliás, foi seleccionado para dar aulas de português ao pessoal auxiliar na Escola de Vale de Zebro.
Antes da ida do Bré para a Marinha, tinha sido louvado pelo Almirante Américo Tomás, Presidente da República, por ter salvado uma pessoa de morrer afogada. Provavelmente - só o próprio poderá dizer - este acontecimento terá precipitado a interrupção dos seus estudos e a sua incorporação voluntária na Armada. De qualquer modo, revela já uma preocupação humana sobre a vida das pessoas.
Já em Angola, e com o DFE4, o Bré revela uma outra vocação –enfermeiro - que terá também, num ou noutro caso esporádico, salvado a vida e noutras situações evitado mazelas físicas futuras. O caso do Mix, que entrou em estado de coma com a celebérrima embriaguez apanhada em Santo António do Zaire, que o fez regressar mais cedo a Lisboa. Se não fosse a rápida e eficaz intervenção terapêutica do Bré não chegaria vivo ao Hospital. A queimadura, acidentalmente do Diogo, no Posto de Massabi que limpou-lhe a pele das perna e nádegas… O tratamento miraculoso a um filho de um oficial superior de Marinha, em Luanda. A mim a injecção contra o paludismo, já com febre a passar dos 40 graus… É certo que tínhamos o Sargento Enfermeiro Soares no DFE4, muito competente e humano (também todos nós gostávamos dele) mas não podia chegar ou estar em todo o lado ao mesmo tempo.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Disciplinar militar. Excessos

Como tiraram o 3 à minha caderneta militar
Dinis Carrelo.


Estava um dia a jogar ténis de mesa com o Ramos, no quartel em St. António do Zaire, quando se abeiraram de nós o Toscano Rico e o Oficial da contabilidade da Capitania, conhecido pelo 25. Diz o 25: ouvi dizer que nos íeis deixar jogar. Respondi-lhe: quem lhe disse isso enganou-o. Ele respondeu: os oficiais têm a prioridade. E eu disse-lhe: tem toda a razão. Mas esta mesa é das praças, e, além disso, os senhores jogam quando querem e nós só podemos jogar depois de dar volta aos serviços. Quando acabarmos a partida jogarão. Ele respondeu-me: nós temos a faca e o queijo nas mãos. Ao outro dia fui buscar a correspondência à capitania. Perto estava um edifício em obras. Eu ia a olhar para as obras e não o vi. Ele chamou-me a atenção e tirou-me o número. Passado uns dias sou chamado à capitania mas disseram-me que primeiro fosse falar com o comandante Barata, comandante do 6º. Lá fui. O comandante Barata, já devia de saber o que se passava porque me disse: quero saber tudo o que te disserem. Fui ao gabinete do 1º ten. Almeida de Carvalho, oficial de cominações. Depois de ouvir os factos diz-me: tens muita razão mas vais ser castigado com 3 dias de detenção disciplinar agravada. Saí e fui ter com o comandante Barata., que ao ouvir o que se tinha passado, disse-me: vais recorrer do castigo. Eu respondi-lhe: desculpe mas não vou. Isso não me aquece nem me arrefece. E, assim, por não bater a pala a um oficial, em zona de guerra, lá estão, a vermelho os 3 dias de detenção disciplinar agravada na minha caderneta militar.

Comentário
Não conheço o RDM (Regulamento de Disciplina Militar). Apenas poderei comentar os factos aqui relatados pelo Dinis à luz da minha experiência profissional, como jurista e instrutor em processo disciplinar, na óptica das leis civis de Direito Público e Privado.
Em processo civil, o arguido é ouvido pelo instrutor do processo sobre os factos que lhe são imputados e posteriormente (se se concluir pelo prosseguimento do processo), é formulada a acusação através de uma nota de culpa. Na notificação da “nota” o arguido é informado sobre todos os factos de que é acusado, das disposições legais que o punem e dos meios de defesa que a lei lhe oferece (apresentação de testemunha e demais provas permitidas por lei), inclusive a constituição de advogado. Depois, se for aplicada a pena pelo órgão decisor, da sua decisão é novamente notificado o arguido – em despacho fundamentado, de facto e de direito – e informado dos prazos estabelecidos na lei (e referidos na notificação) para recorrer. Finalmente, terminado o processo administrativo, cabe ainda recurso para os tribunais. Ou seja, a lei e a Constituição visam garantir a justiça e o Direito.
O castigo aplicado ao Dinis (a ter lugar, parece-me inadequado, desproporcionado…) é no mínimo desprestigiante para os seus autores e hierarquias envolvidas no processo. O argumento kafkiano de “ tens razão, mas vais ser castigado… diz tudo!


Álvaro

terça-feira, 10 de março de 2009

E depois do meu regresso de Angola de 1965

Agostinho Maduro e a refeição inesquecível oferecida aos seus conterrâneos.

Obrigado Domingos Pedro, obrigado Guilhermino!

É na verdade uma história bonita, verdadeira e com um final interessante!


Aqui fica a narração do Agostinho:

Ainda antes do meu regresso, há uma história que se passou comigo e que veio a ter consequências no meu futuro.
Estava eu conversando com alguns camaradas em Santo António do Zaire - vésperas da visita do Presidente da República - quando chegou um colega que me disse que havia um militar na guarda a perguntar se havia alguém dos Açores! Deve ser alguém que te conhece?... Eu lá fui receber o rapaz e ele conhecia a minha família. Por incrível que pareça, eu não conhecia a dele, apesar de vivermos a uns 3 ou 4 km de distância. Ofereci-me para esperar e convidei-o para vir almoçar connosco, o que ele recusou por falta de tempo. Tinha de partir logo, mas disse-me que se pudesse voltaria na altura da visita do Presidente Américo Tomás, o que não aconteceu. Mas certo dia, três dos seus companheiros, também açoreanos, aparecem-me lá e dizem-me que ele, Onélio de Sousa, tinha dito que me visitassem e me dessem um abraço. Agradeci e pergunto: vocês já almoçaram? - Disseram-me que não e que estavam cheios de fome e o dinheiro não é muito… Digo eu, vamos ver o que se pode fazer… Eu sabia que os meus camaradas não me iam deixar mal. Mas disse: olhem acabamos de almoçar à pouco; normalmente sobra comida, vamos ver nas traseiras da cozinha, que havia, como era costume, o chamado rancho da porca onde comiam os cozinheiros, o cabo do rancho e os empregados da cozinha. O cabo de rancho era o Domingos Pedro (13155) a quem lhe disse o que havia passado e me leva à cozinha e responde: serve-te… Tinha bacalhau cozido batatas, hortaliça e ovos cozidos que quase dava para toda a malta repetir a dose…Tirei coisa que chegava para 10 ou 12 pessoas; fui à dispensa, que estava a cargo o Guilhermino (12273), me encheu um prato de azeite e vinagre e um caneco de vinho. Foi bonito ver aquelas almas comerem e até alguns não puderam conter tanta emoção. Lembro-me bem de um deles dizer que na sua vida nunca tinha tido uma refeição de lhe saber tão bem… Eu, todo orgulhoso, respondi: Nós, os fuzileiros, somos assim!
Ainda hoje me apetece dizer obrigado ao Domingos Pedro e ao Guilhermino.

Esse tal primeiro contacto é hoje meu cunhado e esta a viver nos Estados Unidos.

Um dos outros três, de nome Manuel Maria, que vivia a uns 5 ou 6 km da minha casa, quando soube que eu estava lá de visita, veio ter comigo e disse: isto é uma ordem! Tens de ir almoçar a minha casa. Lá se arranjou a coisa para cumprir a ordem. O mais interessante é que, como a casa dele como ficava a uns 5 km, fui de autocarro; mas no regresso só havia o transporte mais comum daquele tempo: as pernas e andar a pé.

Vinha eu a caminho de casa quando uma moto parou! Era um amigo meu. Ofereceu-me boleia, o que aceitei logo de seguida… Quando íamos passando na freguesia das Cinco Ribeiras, estavam em festa do Espírito Santo, paramos e foi a primeira vez que vi a que viria a ser a minha companheira de 40 anos, fazemos no dia 28 de Setembro 2009.


Depois contarei mais alguma coisa da minha vida depois de sair da Marinha.
Obs.: Peço desculpa ao Agostinho e a Mimi mas não consegui colocar as fotos das 8 freguesias dos Açores: das Cinco Ribeiras (Mimi), e as da freguesia de S. Bartolomeu (Agostinho). Em contra-partida, ficou a fotografia de um casal exemplar e com um bonito percurso de vida!

sábado, 7 de março de 2009

E depois do meu regresso de Angola de 1965

Os homens são à dimensão dos seus actos

Seja qual for o caminho que o homem percorre, os seus passos são sempre à dimensão dos seus pés (Al-Mutanabbi)

Álvaro Dionísio.
Em Janeiro de 1966, com o posto de Marinheiro Fuzileiro Especial passei à disponibilidade. A vida cá fora foi difícil e tive de começar tudo do zero … Tinha porém três coisas a meu favor: a idade (20 anos), o serviço militar cumprido e a vontade de vencer. Não tinha uma profissão qualificada nem era portador de habilitações literárias suficientes para aceder, facilmente, a empregos de escritório. Valeu-me, durante alguns tempos, os meus tios que viviam em Lisboa, casa para onde fui morar. Como um dos meus objectivos era estudar, fui estudar à noite… como não surgiam empregos melhorados fui trabalhar para as “Obras”. Logo no primeiro dia fui despedido! Nem foi preciso invocar a razão ou o período experimental para o despedimento… mas ela existia: tinha estado à conversa com um companheiro de trabalho. Mas no dia imediato já estava outra vez colocado! Aquela zona, os Olivais, era ainda um deserto mas entretanto iniciou-se a construção em força. A minha inexperiência, no princípio, não deu para disfarçar o facto de nunca ter trabalhado no “ramo,” pois não sabia manobrar uma picareta: quando é que devia utilizar convenientemente o bico ou a pá! O capataz da obra apercebeu-se disso e perguntou: você nunca fez estes tipo de trabalhos, pois não? Disse-lhe a verdade, compreendeu, e simpaticamente ensinou-me. De regresso à casa tomava o meu banho, jantava e ia para as aulas à noite… No dia seguinte, creio que às oito horas, lá estava a dar no duro outra vez...
Tive ainda um emprego numa loja de Parafusos, lá para as bandas Corpo Santo, Rua de S. Paulo e não me dei lá bem! Aviar fregueses que pediam porcas de uma polegada e três quartos; parafusos de cabeça sextavado, de rosca de ferro ou de madeira… e ainda por cima levar as encomendas aos clientes, como um moço de recados? – Não, antes a construção civil...
Finalmente, lá surgiu o tão esperado emprego de escritório, um emprego público: – Comissariado do Desemprego – Ministério das Corporações e Previdência Social.
Em finais de 1967, casei-me. Em Outubro de 1968 nasceu a minha primeira filha.
Em 1970, fui para Moçambique na expectativa de uma vida melhor, tendo por lá permanecido três anos. Empreguei-me como escriturário numa Fábrica de Açúcar, em Xinavane – Sociedade Agrícola do Incomati, SARL – que fica 120 quilómetros a norte de Lourenço Marques, onde nasceu a minha segunda filha, em 1971.
Nunca abandonei os estudos, tendo concluído, inclusive, o antigo 5º ano dos Liceus, lá.
Em Setembro de 1973, regresso à Metrópole e em Novembro emprego-me na Caixa de Previdência e Abono de Família do Comércio do Distrito de Lisboa como administrativo e a categoria de aspirante.
Continuo a estudar, faço o antigo 7º ano, sou admitido na Faculdade de Direito de Lisboa em 1976/77 e em 1981 concluí o Curso.
Faço o estágio de advocacia durante ano e meio, sou aprovado, e inscrevo-me na Ordem de Advogados onde me mantenho aproximadamente durante dois anos. Como era a magistratura que queria seguir, pedi a minha suspensão da Ordem.
Em 1982, por concurso ascendo à carreira técnica superior, na Caixa de Previdência da CUF, com a categoria de Técnico Superior de Serviço Jurídico e de Contencioso.
Em 1986, sou nomeado Vice-Presidente da Caixa da CUF. Com a integração desta Caixa nos Centros Regionais de Segurança Social, sou nomeado Chefe de Divisão em 1988 para ocupar o cargo de Delegado da Delegação de Amadora do Centro regional de Segurança Social de Lisboa.
Em 1990, sou nomeado Director de Serviços de Administração de Pessoal no Centro Nacional de Pensões.
Em 1993 e terminada a comissão regresso ao Centro Regional de Segurança Social de Lisboa com categoria de assessor (jurista) e Chefe de Divisão.
Em Fevereiro de 1994, a minha mulher faleceu vítima de um cancro mamário. Tinha 49 anos e residíamos na Póvoa de Santa Iria. A filha mais velha tinha concluído o curso de Economia e festejamos junto esse acontecimento. Ainda com a minha mulher assistimos à queima das fitas da filha, mais nova, mas já não assistiu a sua licenciatura (Filosofia) nem casamento, nascimento da neta ou doutoramento da mais velha.
Em 1996 passei a exercer as funções de Chefe de Divisão de Consulta Jurídica na Direcção de Serviços Jurídicos e de Contra Ordenações do Centro Regional de Lisboa.
Em Agosto de 1999 voltei a casar.
Em 04-02-2000, por concurso, sou nomeado Director de Serviços no mesmo Centro Regional de Lisboa para a área da Gestão de Regimes.
Em 94-08-2000, por concurso, sou nomeado Director de Serviços para a área de Identificação e Registo de Remunerações no Serviço Sub-Regional de Lisboa.
Em 2001 – Nasce a minha neta e nesta data sou nomeado Director de Unidade da Unidade de Enquadramento, Vinculação e Registo de Remunerações, cargo que foi desempenhado até à minha aposentação em Março de 2006.
Assim, quando se deu do primeiro encontro do DFE4, em Março de 2005, ainda estava no activo e ainda podia permanecer… mas há um tempo para tudo, e entendi que o meu tempo tinha chegado…










O passado fugiu, o que esperas está ausente, mas o presente é teu.(Provérbio árabe)
1ª Fase da minha vida (Zero-aos 16 anos)

quinta-feira, 5 de março de 2009

E depois do meu regresso de Angola de 1965

Agostinho Maduro

Não conheci ninguém que viva tão intensamente os tempos de fuzileiros ou se lembre tanto de histórias e episódios passados com camaradas como o Agostinho Maduro. Somos amigos desde os tempos da recruta (Março/1962) e essa amizade tem perdurado para a vida mesmo depois de 40 anos sem quaisquer contactos. Mesmo assim, nunca me esqueci dele e durante vários anos manifestei à minha mulher vontade em ir de férias à Ilha Terceira, principalmente porque queria encontrar lá um amigo e gostava de o ver. Infelizmente, esse sonho não se concretizou, a minha mulher faleceu e o Agostinho, entretanto também tinha emigrado para o Canadá, onde reside actualmente e há vários anos.
O Agostinho Maduro é daqueles camaradas que se é fácil de gostar e toda a gente gosta dele. É um indivíduo ponderado, honesto, nobre sentimentos e algo sábio até…É um amigo com quem se pode contar. Tem um sentido de humor, muito próprio, com graça e que contagia. Eu gostava e muito conversar e alinhar com ele. Tem uma grande companheira, a sua mulher Mimi, que também foi afectada pelos fuzileiros e é uma grande amiga. Já vieram do Canadá a Portugal a dois Encontros do DFE4 ( 2005 e 2008).
Mas agora vamos “ouvir” o Agostinho:
Álvaro veio-me á lembrança quando eu era miúdo de 10 ou 12 anos, como vivíamos a 8 kms da cidade de Angra do Heroísmo não era todos os dias que vinha a Angra, mas um dia fui com o meu pai e estava dois patrulhas atracados ao cais, por isso Angra estava cheia de marujos a passear, era lindo.
Diz-me meu pai, isto é lindo! Se eu fosse novo era para a marinha que eu ia, se pudesse. Eu pensei logo em silêncio: tu não és novo mas eu sou… quando já tinha a idade exigida, estava eu e um amigo meu, conhecido por João Gadelha, a ouvir discos pedidos na casa do povo da freguesia e a ler a revista flama; nessa mesma revista tinha uma grande reportagem com os novos fuzileiros portugueses, isto provavelmente em 1961, da qual comentamos bastante. E davam bastantes elogios aos fuzileiros, mas nem sabia que pertenciam à Marinha e que eu ia ser um deles, quando na rádio disseram que havia um concurso de mancebos para a Marinha. Pensei logo: é agora! No outro dia pedi autorização aos meus pais e lá fui eu, mas convencido que aquilo não dava nada… Não foi fácil arranjar toda a papelada a tempo, mas lá consegui.
Venho para casa descansado, que era o fim da minha aventura, quando perto do fim de Fevereiro de 1961 chamam-me á capitania e dizem-me: tens de te apresentar no Corpo de Marinheiros do Alfeite no dia 8 de Março as 8 da manhã! Vou para a agência de viagens marcar passagem dizem-me eles: tens o Lima que chega a Lisboa no dia 8, ao meio dia, ou tens o Funchal que parte amanhã. Não tive alternativa, marquei passagem e só depois, quando chego a casa, quase noite, digo aos meus pais: Embarco amanhã no Funchal!
Foi um dia de juízo na nossa casa e não só… Já imaginaram, naquele tempo, um pequeno de 17 anos que vai, nem sabemos bem para aonde, ou o que vai fazer, como costumam dizer: foi tudo”feito em cima do joelho”; tudo muito à pressa. Talvez se tivesse tido tempo para pensar e ouvir conselhos não teria chegado a ir… mas valeu! Não só porque me ajudou a ser homem como me marcou positivamente para a vida, apesar de não ter seguido a vida militar foi muito bom, e se pudesse fazer tudo de novo, fazia-o (excepto que esta vez não cometeria a estupidez de quando estava bem é que fui desistir). Apesar da vida me ter sorrido mesmo depois da Marinha ; mas a Marinha, e em especial os amigos e camaradas que lá deixei, nunca os esqueci mesmo depois de ter estado à volta de 15 anos sem qualquer contacto com ninguém da Briosa; mas esquece-los, lá isso ,nunca.

Mas depois, por casualidade, encontrei o Vitorino Santos (16343)e nunca mais perdi o contacto e até comecei a ter mais… mas muito lento, até que, em 2005, do reencontro, depois de 40 anos, tudo reavivou e voltou ao passado.

Será que haverá alguém ou alguma organização que tenha alguma revista Flama dos anos 60 ou 61. Isso seria muito interessante porque adorava ver de novo essa revista que tinha a reportagem dos fuzileiros. Já tentei, na internet ver se havia ainda, alguém ou alguma organização, que tivesse esse revista.

Da minha parte, se conseguir encontrar a tal revista, podes contar comigo. Mas só uma pergunta: ainda pensas recandidatares a algum Curso de Fuzileiros?

Um abraço,

Álvaro
Fotos:
1 e 2 . Agostinho;
3. Sampaio e Agostinho ( 2005)
4. Arnaldo Cruz (Quintã), Agostinho e eu Álvaro (2008)

quarta-feira, 4 de março de 2009

E depois do meu regresso de Angola de 1965

Dinis Carrelo

O Dinis Carrelo era radiotlegrafista quando veio para o curso de fuzileiros especiais. Apresentou-se na Escola de Vale de Zebro, ao então tenente Patrício, a uma sexta-feira para a inscrição e provavelmente a prestação de provas para admissão ao curso… mas como não havia tempo a perder, o tenente Patrício mandou-o logo apresentar-se na Escola, na segunda-feira imediata, data do início do curso!
Após o curso integrou o DFE4 e a formação do Comando. Todas as comunicações e transmissões passavam por ele. Estivemos juntos no Posto da Macala e o serviço de rádio e comunicações era assegurado 24 horas por dia entre o Dinis (o Faisca) e outro camarada com a mesma especilidade, o “Mosca”.
Pessoalmente, eu via o Dinis como uma pessoa instruída, culta até, e inteligente. Aliás, na época era a única pessoa que jogava xadrez com o Comandante Pascoal Rodrigues. Mais tarde, esclareceu-me que não era xadrez mas gamão.
Foi com alegria que consegui entrar em contacto com ele há dois anos em Vila Praia de Âncora. Esteve depois presente ao 3º Encontro do DFE4 em Abril de 2008. Hoje em dia comunicamo-nos preferencialmente por e-mails.
Aqui fica um resumo histórico, interessante, contado pelo Dinis Carrelo a partir de 1965:

Em Dezembro de 1967 fui para a Guiné, para uma LDM, tendo sido evacuado em Dezembro de 1968 a fim de ser operado ao estômago, e levei baixa em Junho de 1969.
Em Agosto de 1969 fui até França onde estive até Dezembro do mesmo ano. Ficou-me a experiência de ter dormido a primeira noite nas escadas do metro da gare St Lázaro ou Salazar, como é mais conhecida, e as seguintes quinze, com mais 3 camaradas, num mini.
Em Dezembro de 1970 embarquei como Radiotelegrafista no navio Leixões, passando depois para o Timor e em 1972 fui para os navios de pesca do bacalhau nos quais andei até 1984. Era eu o Radiotelegrafista do navio Vasco d’Orey quando este ardeu no porto de St. Johns, na Terra Nova. Em 1988 sofri um acidente do qual me advieram várias sequelas graves.
Em traços largos esta é a história dos meus últimos 40 anos. Como vês nada tem de importante. É uma história como banal como a de muitos outros.

terça-feira, 3 de março de 2009

E depois do regresso de Angola em 1965?

E depois do regresso de Angola em 1965?

Depois do regresso do DFE4 de Angola, em 1965, o pessoal começou a destroçar e a pensar na vida. Muitos dos camaradas optaram pela carreira militar outros pela passagem à vida civil como já foi referido no livro. Num e noutro caso foi longo o caminho percorrido e farta a experiência vivida. Falar um pouco dessa ausência de 40 anos é actualizar e partilhar um pouco da nossa vida. Esta foi sugestão que lancei por carta aos camaradas que ora aqui se publica:
« Filhos da escola, antigos camaradas
Caros amigos,
Em primeiro lugar, a vossa saúde e a dos vossos familiares. Na nossa idade, sei que já não é possível a operacionalidade a cem por cento mas se atingirmos os 99,9% já não é mau!
Bem. Isto foi só uma introdução para chegar ao assunto que pretendo. É o seguinte: Criei um Blogue na Internet com o nome Marinha e Fuzocultura, com o endereço
http://fuzocultura.blogspot.com/ , no qual estou a reproduzir o Livro MEMORANDO - Destacamento de Fuzileiros Especiais nº 4 Angola 1963-65, com algumas anotações à mistura. Quem o acompanha está a gostar. Passo a imodéstia, mas acho que vale a pena! Este é o primeiro apontamento: a sua divulgação.
A segunda nota é apelar à vossa participação. Como? Contar pequenas histórias da vossa vida, no período de regresso de Angola em 1965 até à presente data assinalando, se possível, o ano de 2005 em que o pessoal se reuniu pela 1ª vez ao fim de 40 anos. Essa história seria depois publicada no Blogue para partilharmos uns com os outros. Quem tiver fotos que julgue com interesse também poderão enviar pelo correio tradicional ou por e-mail.
Calculo que nem todos os camaradas mantenham uma relação amistosa com os computadores e a Internet, mas haverá sempre alguém na família (filhos, sobrinhos…) que poderá consultar e guiá-los nessa matéria.
A ideia era continuar juntos a nossa história, depois de um interregno de 40 e mais anos que estivemos afastados um dos outros, por circunstâncias da vida.
Fico aguardar a vossa receptividade a este apelo.
Um grande abraço,
Álvaro Dionísio (ex-MFE 16291/7955)
P.S. Os meus endereços: R Adolfo Simões Muller, nº 2 - 1º Fte
Massamá
2745-694 QUELUZ
Telefone: 21 438 23 17 ou telemóvel: 91 666 64 31

domingo, 1 de março de 2009

O feitiço contra o feiticeiro

A bebedeira do Branca
Álvaro há uma pequena história que não sei se haverá algum interesse mas por sim por não aqui vai.
O Destacamento quando estava nos postos de vigilância era normalmente divididos em secções (Alfa, Bravo…) e por várias vezes tocou-nos o posto do Tridente que era o último a subir o rio, ou seja: tocava-nos patrulhar desde o limite a norte, que era Nóqui, até meio do rio entre o Tridente e a Macala. Nas nossas patrulhas, muitas das vezes, subíamos o rio até Nóqui. Amarrávamos os botes na pequena doca que lá havia, a mesma doca que pertencia ao quartel do exército e tinha sempre um militar de guarda pelo que não havia problema deixar lá os botes. Logo que saíamos da doca atravessávamos a parada e lá íamos à vila (povoação), normalmente ao bar do Machado. Numa dessas patrulhas, éramos três, ou seja a minha esquadra:, Joaquim V. Cardoso, (13331) Firmino Valério (16108) e eu Agostinho Maduro (16231).Entramos no bar, sentamo-nos e mandamos vir bebida; bebemos, estivemos por ali uns minutos, vi que havia lá mais umas mesas ocupadas, mas não prestei atenção. Quando pedimos a conta, diz o Machado: já esta paga! Qual foi o nosso espanto…Mas, com a insistência lá nos disse que um sargento, conhecido por Branca, tinha pago. Dirigimo-nos à mesa dele, agradecemos, e perguntamos a razão? Diz ele: tenho muita simpatia e admiro muito os fuzileiros e isto é a minha maneira de o demonstrar.Tentámos depois noutras ocasiões anteciparmos mas ele, em colaboração com o Machado, nunca nos deixou pagar e dizia que o seu maior gosto era dar uma bebedeira a um fuzileiro mas que a nós, os fuzileiros, nunca o conseguira e de facto não estava fácil, mas disse-nos que adorava visitar o nosso posto… Então, um dia, o nosso jantar era carne à Brás (não sei se sabem que o bacalhau à Brás foi inventado na Marinha), digo eu ao Cardoso: que belo dia para “caçar o Branca”... Ele nem pestanejou! Pediu autorização ao chefe do posto, Toscano Rico, que logo autorizou que o fosse buscar. Lá foi o Cardoso e trouxe o Branca. Ele que não conhecia aquela comida e o vinho também era bom, e com abundância, o pobre do Branca tomou tamanha bebedeira que, quando o Cardoso o foi levar, deitou-o no fundo do bote... Pensou, durante o percurso que o melhor era não o deixar no quartel, não fosse o diabo tece-las, e sim ficar no Bar, a cargo do Machado, que entretanto foi servindo os fregueses, e o Branca dormindo a bebedeira, até que a certa altura vai ao quarto de banho e pegou lá no sono… Quando o Machado fechou o Bar não deu por falta do Branca... No outro dia de manhã o Machado abre o bar e foi dar com o Branca a dormir no quarto de banho! Dizia ele, então os fuzileiros são bons até para enganar os outros!...Penso que o Joaquim Cardoso deve lembrar esta passagem, pois ele foi um dos protagonistas.
Agostinho Maduro