quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A Marinha e os Fuzileiros em África



Painel representando Diogo Cão, na foz do Zaire.
Rio Zaire - Angola

Foi o navegador português Diogo Cão o primeiro europeu a chegar ao rio Congo, no reinado de D. João II, tendo realizado duas viagens de descobrimento da costa sudoeste africana entre 1482 e 1486. A primeira destas viagens terá tido início no verão de 1482, passando a expedição por S. Jorge da Mina, dirigindo-se depois ao cabo de Santa Catarina. No decurso desta viagem terá sido descoberto o rio do Padrão (actual rio Congo), onde foi erguido o primeiro padrão de pedra e avançou pelo interior do rio tendo deixado uma inscrição comprovando a sua chegada às cataratas de Ielala, perto de Matadi. Estabeleceu as primeiras ligações com o Rei Congo. Segundo alguns relatos históricos, a frota de Diogo Cão, depois de passar o Cabo Paúl, a sul do enclave de Cabinda “aos navios deparou-se em 23 de Abril, dia de São Jorge, uma corrente de 20 Km de largo, barrenta e rumorejante que invadia o mar com violência de catarata, trazendo consigo, em remoinhos, ilhas de capim, troncos raptados à margem, ramos estilhaçados, toda a triste e aflitiva bagagem das grandes inundações, era a embocadura de um grande rio, “Rio Poderoso” (Rio Zaire ou Congo), como lhe terá chamado alguém da frota, conhecido depois por “Rio do Padrão”.
(…)À medida que caminhavam, experimentavam os efeitos de uma corrente vertiginosa que cortava o mar perpendicularmente à costa : “ e no inverno desta terra, que he do mês de abril atee o fim de setembro, traz este Rio tam grande corrente d’ auguoa doce, que a trinta léguas em mar se sente a força dela (Esmeraldo.)
“Torneando e atravessando a corrente da embocadura do rio, a armada penetra num majestoso estuário de margens baixas e foram dar com a margem esquerda, junto à foz.
Viram uma língua de terra, nesse bocado de terra frisada, que avança pelo mar como braço recurvado de muralha a proteger um ponto e que olha de um dos lados para o Atlântico e do outro para a foz do Zaire, arribou as caravelas de Diogo Cão.
Festivamente, a tripulação desembarca, a que, pelo grande volume de água e impetuosidade de corrente, os marinheiros puseram o nome de Rio Poderoso, conhecido também por rio do Manicongo e mais tarde por Rio do Padrão. “ Á data, os potentados locais eram o Manicongo e N´Gola (a sul) que dependiam ou prestavam vassalagem ao do Congo.
O navegador perguntou o nome da terra, o pescador respondeu: "Kinzadiko" ("não sei"). Ao interrogá-lo sobre o nome do grande rio, Ndom Lwolo respondeu: "Nzadi" ("Rio"). Talvez por dificuldade de pronunciar o nome, o visitante concluiu que o rio se chamava "Zaire". A importância deste nome é a prova da importância dos portugueses naquelas paragens.

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