terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A Marinha e os Fuzileiros em África

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Já tinha lido parte da Obra de Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes sobre a «Guerra Colonial» da Editorial Noticias. No ano que findou, foram publicados semanalmente vários livros (16), dos mesmos autores (edição Cofina), no Correio da Manhã com o título «Os Anos da Guerra Colonial». Acredito que esta forma divulgação permitiu expandir a Obra e atingir um maior número de leitores. Pessoalmente, considero uma boa Obra e um trabalho histórico bem documentado, visando, de uma forma abrangente, dar a conhecer a participação dos três ramos das Forças Armadas nas três frentes de combates em África (Angola, Guiné e Moçambique), durante todo o período em conflito até às suas independências. Igualmente considero, agora particularmente os Fuzileiros, na importante Obra "referência "obrigatória" de Luís Sanches de Baêna «FUZILEIROS – FACTOS E FEITOS NA GUERRA DE ÁFRICA 1961/1974. Por último, a Obra de John P. Cann (membro associado da Academia de Marinha para os assuntos de História Marítima, investigador e membro Auxiliar na Universidade da Virgínia; comandante aposentado e oficial de voo especializado em aviação de reconhecimento marítimo - Em 2005 publicou Contra-Subversão em África.) um livro muito interessante, intitulado «A MARINHA EM ÁFRICA – Angola, Guiné e Moçambique – Campanhas Fluviais 1961-1974» da Prefácio. Esta última Obra fornece uma perspectiva esclarecedora sobre o papel da nossa Marinha em África. Nessa medida, permite ainda analisar um ou outro facto passado descrito por outros autores sobre a mesma matéria e comparar, até comentar, determinados pontos de vista. O primeiro e o mais importante de todos são o reconhecimento deste último autor acerca do esforço dos militares portugueses em África, durante treze anos, com escassos meios, recursos materiais e humanos. A imaginação das forças armadas portuguesas e a sua capacidade inventiva para aguentar uma guerra de guerrilha desgastante…
No que respeita a Marinha cujos recursos eram paupérrimos, fizeram-se autênticos milagres. Diz John P. Cann: “ Quando os problemas começaram em Angola nos primeiros meses de 1961, a Marinha Portuguesa tinha apenas uma modesta representação disponível para ajudar a restabelecer a ordem civil e defender a integridade das suas fronteiras. E depois acrescenta: “(…) a partir de 30 de Junho de 1960, ou seja o dia da independência do Congo. Nesta altura as únicas unidades navais existentes no teatro eram uma fragata (Pacheco Pereira) dois patrulhas (Sal e S. Vicente a operar no Zaire e proximidades) e uma estação Rádio Naval, parcialmente construída”. Mas antes disso, o passo importante foi alcançado em 1959 no Plano de Construção Naval sobre a definição de duas Marinhas distintas e independentes. Uma Marinha Oceânica e europeia, integrada na NATO, e uma Segunda Marinha Africana, Fluvial para operar em África, nos rios … A primeira, para honrar os seus compromissos com a Nato que era constituída por:
6 - fragatas modernas da classe “US Dealey”,
9 - corvetas da classe italiana “Airone”,
3 - bmarinos, classe francesa “Daphné” e
18 - draga-minas;
A Marinha Africana (que partiu do zero) era formada por:
6- fragatas francesas da classe “Commandat Rivière”;
6 - corvetas da clsasse italiana “Airone”
29- patrulhas (ibidem, p. 60)
Jogar com tudo isto, sem meios, só nós portugueses… Em tempo recorde, vieram as Lanchas de Fiscalização, de Desembarque e mais duas ou três, fragatas, corvetas para patrulhamento e defesa das vias de comunicação marítima e fluvial.

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