segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A Marinha e os Fuzileiros em África


Os Fuzileiros, origem e formação

A necessidade da Marinha portuguesa dispor de uma força de infantaria ligeira é antiga e tem as suas razões históricas. Já em 1585 a Marinha havia introduzido uma formação específica quanto ao uso de artilharia e armas de fogo em relação a elementos da guarnição que navegavam para a Índia, visando uma protecção aos navios e portos; em Abril de 1621, é formado o Terço da Armada da Coroa de Portugal já como unidade organizada e com privilégio nas cerimónias militares, formando sempre à direita de qualquer outra força e sendo a primeira a destroçar. Já nessa época os homens de infantaria se destacavam no contributo que davam para a redução da ameaça da pirataria ao longo das rotas comerciais portuguesas a bordo dos navios e da costa africana através do Oceano Índico até ao extremo Oriente e Japão ou pelo Atlântico nas rotas da América do Sul. Eram estas forças que protegiam as fortalezas e os enclaves comerciais ao longo das costas durante os Descobrimentos portugueses, passando por várias designações como Infantaria da Marinha, Brigada Real da Marinha, Regimento da Armada, Batalhão Naval, Corpo de Marinheiros Militares e Brigada da Guarda Naval. Em 1797, o termo fuzileiro apareceu na Marinha com a formação da Brigada Real de Marinha dividido em três grupos: Companhias de Artilheiros Marinheiros, Companhias de Fuzileiros Marinheiros (operações de desembarque e defesa…) e Companhias de Artífices e Lastradores Marinheiros. O efectivo total da brigada era composto por 5 222 homens.
Foi um contingente de fuzileiros que acompanhou o rei D. João VI e a corte portuguesa para o Brasil em Março de 1808. Em 1822, quando D. Pedro IV se declarou Imperador do Reino do Brasil, com a inevitável separação de Portugal, aquele contingente constituiu a base dos Fuzileiros Navais do Brasil. Para além das vicissitudes históricas e designações deste Corpo especializado da Marinha, em 1890 o Corpo foi dissolvido no reinado de D. Carlos I para voltar a ser reactivado durante um breve período de 1924 a 1926, agora como Brigada da Guarda Naval (para fornecer segurança às bases navais e aos navios). Passado aquele período, cerca de dois anos, a brigada voltou a ser dissolvida.



Continua...

2 comentários:

  1. Parabens pelo execelente trabalho.
    Ajuda-nos a compreender a marinha no tempo.
    Estes trabalhos tem um valor acrescido no momento presente.

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  2. olá amigo

    é sempre um prazer. e um orgulho. ler teus textos
    recordammos tempos vividos. nos enriquecemos

    um abraço fraterno

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