quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A Marinha e os Fuzileiros em África





Reactivação dos Fuzileiros. Início de 1960


A necessidade de nova reactivação dos fuzileiros tornou-se evidente face aos acontecimentos de 1960 no Congo Belga e é aqui que o então Comodoro Reboredo e Silva, que anteviu o conflito que se avizinhava em África se movimentou no sentido de adoptar medidas necessárias para a projecção de uma força militar em terra a partir dos navios. A adopção destas medidas causou uma forte resistência em diversos quadrantes, argumentando que a Marinha não estava preparada para uma guerra em terra e o conflito que se aproximava não necessitava de forças anfíbias. Estas só serviriam para reduzir ainda mais os magros recursos orçamentais da Marinha. O contra-argumento não fez vencimento e foram destacados oficiais do Estado-Maior para os centros das operações especiais do exército em Lamego, para Espanha, para Argélia e para o Reino Unido, a fim de examinarem as várias possibilidades do estabelecimento da força proposta.
Os acontecimentos em Angola aceleraram e o pedido do Comando Naval recomendava uma força de desembarque especializada para operar a partir dos navios patrulhas, instruídas em tácticas e procedimentos de infantaria. Em resposta, Reboredo e Silva procurou a aprovação do Chefe de Estado-Maior da Armada, sugerindo que fosse ministrado treino no estrangeiro para a criação de um pequeno quadro de oficiais e sargentos de forma a servirem de instrutores numa escola de treino para a infantaria naval.
Ainda no início de 1959, Reboredo e Silva, tinha optado pelos franceses para treinar um grupo de oficiais e sargentos na Escola de Fuzileiros no Centro Siroco, Cabo Matifou, próximo da Argélia. O período de treinos para oficiais era oito meses, mais dois para a especialização e de cinco a três meses para o pessoal recrutado (John P. Cann, p.112). Os ingleses apresentaram uma proposta de um curso de nove semanas, mais ajustado as necessidades portuguesas, em contraste com os franceses que haviam insistido num curso básico antes do curso de especialização de comandos. A escolha, sob proposta Reboredo e Silva - então Capitão-de-mar-e-guerra – ao CEMAR, recaiu sobre os ingleses não só por ser o curso de menor duração mas aquele que melhor servia os objectivos e interesses de Portugal. O modelo inglês, os “Comandos da Royal Navy” é uma força de elite da Marinha inglesa, criado no decurso da 2ª Guerra – Mundial, com larga experiência em teatros de operação

Continua

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