Agostinho Maduro e a refeição inesquecível oferecida aos seus conterrâneos.
Obrigado Domingos Pedro, obrigado Guilhermino!
É na verdade uma história bonita, verdadeira e com um final interessante!
É na verdade uma história bonita, verdadeira e com um final interessante!
Aqui fica a narração do Agostinho:
Ainda antes do meu regresso, há uma história que se passou comigo e que veio a ter consequências no meu futuro.
Estava eu conversando com alguns camaradas em Santo António do Zaire - vésperas da visita do Presidente da República - quando chegou um colega que me disse que havia um militar na guarda a perguntar se havia alguém dos Açores! Deve ser alguém que te conhece?... Eu lá fui receber o rapaz e ele conhecia a minha família. Por incrível que pareça, eu não conhecia a dele, apesar de vivermos a uns 3 ou 4 km de distância. Ofereci-me para esperar e convidei-o para vir almoçar connosco, o que ele recusou por falta de tempo. Tinha de partir logo, mas disse-me que se pudesse voltaria na altura da visita do Presidente Américo Tomás, o que não aconteceu. Mas certo dia, três dos seus companheiros, também açoreanos, aparecem-me lá e dizem-me que ele, Onélio de Sousa, tinha dito que me visitassem e me dessem um abraço. Agradeci e pergunto: vocês já almoçaram? - Disseram-me que não e que estavam cheios de fome e o dinheiro não é muito… Digo eu, vamos ver o que se pode fazer… Eu sabia que os meus camaradas não me iam deixar mal. Mas disse: olhem acabamos de almoçar à pouco; normalmente sobra comida, vamos ver nas traseiras da cozinha, que havia, como era costume, o chamado rancho da porca onde comiam os cozinheiros, o cabo do rancho e os empregados da cozinha. O cabo de rancho era o Domingos Pedro (13155) a quem lhe disse o que havia passado e me leva à cozinha e responde: serve-te… Tinha bacalhau cozido batatas, hortaliça e ovos cozidos que quase dava para toda a malta repetir a dose…Tirei coisa que chegava para 10 ou 12 pessoas; fui à dispensa, que estava a cargo o Guilhermino (12273), me encheu um prato de azeite e vinagre e um caneco de vinho. Foi bonito ver aquelas almas comerem e até alguns não puderam conter tanta emoção. Lembro-me bem de um deles dizer que na sua vida nunca tinha tido uma refeição de lhe saber tão bem… Eu, todo orgulhoso, respondi: Nós, os fuzileiros, somos assim!
Ainda hoje me apetece dizer obrigado ao Domingos Pedro e ao Guilhermino.
Esse tal primeiro contacto é hoje meu cunhado e esta a viver nos Estados Unidos.
Um dos outros três, de nome Manuel Maria, que vivia a uns 5 ou 6 km da minha casa, quando soube que eu estava lá de visita, veio ter comigo e disse: isto é uma ordem! Tens de ir almoçar a minha casa. Lá se arranjou a coisa para cumprir a ordem. O mais interessante é que, como a casa dele como ficava a uns 5 km, fui de autocarro; mas no regresso só havia o transporte mais comum daquele tempo: as pernas e andar a pé.
Vinha eu a caminho de casa quando uma moto parou! Era um amigo meu. Ofereceu-me boleia, o que aceitei logo de seguida… Quando íamos passando na freguesia das Cinco Ribeiras, estavam em festa do Espírito Santo, paramos e foi a primeira vez que vi a que viria a ser a minha companheira de 40 anos, fazemos no dia 28 de Setembro 2009.
Depois contarei mais alguma coisa da minha vida depois de sair da Marinha.
Ainda antes do meu regresso, há uma história que se passou comigo e que veio a ter consequências no meu futuro.
Estava eu conversando com alguns camaradas em Santo António do Zaire - vésperas da visita do Presidente da República - quando chegou um colega que me disse que havia um militar na guarda a perguntar se havia alguém dos Açores! Deve ser alguém que te conhece?... Eu lá fui receber o rapaz e ele conhecia a minha família. Por incrível que pareça, eu não conhecia a dele, apesar de vivermos a uns 3 ou 4 km de distância. Ofereci-me para esperar e convidei-o para vir almoçar connosco, o que ele recusou por falta de tempo. Tinha de partir logo, mas disse-me que se pudesse voltaria na altura da visita do Presidente Américo Tomás, o que não aconteceu. Mas certo dia, três dos seus companheiros, também açoreanos, aparecem-me lá e dizem-me que ele, Onélio de Sousa, tinha dito que me visitassem e me dessem um abraço. Agradeci e pergunto: vocês já almoçaram? - Disseram-me que não e que estavam cheios de fome e o dinheiro não é muito… Digo eu, vamos ver o que se pode fazer… Eu sabia que os meus camaradas não me iam deixar mal. Mas disse: olhem acabamos de almoçar à pouco; normalmente sobra comida, vamos ver nas traseiras da cozinha, que havia, como era costume, o chamado rancho da porca onde comiam os cozinheiros, o cabo do rancho e os empregados da cozinha. O cabo de rancho era o Domingos Pedro (13155) a quem lhe disse o que havia passado e me leva à cozinha e responde: serve-te… Tinha bacalhau cozido batatas, hortaliça e ovos cozidos que quase dava para toda a malta repetir a dose…Tirei coisa que chegava para 10 ou 12 pessoas; fui à dispensa, que estava a cargo o Guilhermino (12273), me encheu um prato de azeite e vinagre e um caneco de vinho. Foi bonito ver aquelas almas comerem e até alguns não puderam conter tanta emoção. Lembro-me bem de um deles dizer que na sua vida nunca tinha tido uma refeição de lhe saber tão bem… Eu, todo orgulhoso, respondi: Nós, os fuzileiros, somos assim!
Ainda hoje me apetece dizer obrigado ao Domingos Pedro e ao Guilhermino.
Esse tal primeiro contacto é hoje meu cunhado e esta a viver nos Estados Unidos.
Um dos outros três, de nome Manuel Maria, que vivia a uns 5 ou 6 km da minha casa, quando soube que eu estava lá de visita, veio ter comigo e disse: isto é uma ordem! Tens de ir almoçar a minha casa. Lá se arranjou a coisa para cumprir a ordem. O mais interessante é que, como a casa dele como ficava a uns 5 km, fui de autocarro; mas no regresso só havia o transporte mais comum daquele tempo: as pernas e andar a pé.
Vinha eu a caminho de casa quando uma moto parou! Era um amigo meu. Ofereceu-me boleia, o que aceitei logo de seguida… Quando íamos passando na freguesia das Cinco Ribeiras, estavam em festa do Espírito Santo, paramos e foi a primeira vez que vi a que viria a ser a minha companheira de 40 anos, fazemos no dia 28 de Setembro 2009.
Depois contarei mais alguma coisa da minha vida depois de sair da Marinha.
Obs.: Peço desculpa ao Agostinho e a Mimi mas não consegui colocar as fotos das 8 freguesias dos Açores: das Cinco Ribeiras (Mimi), e as da freguesia de S. Bartolomeu (Agostinho). Em contra-partida, ficou a fotografia de um casal exemplar e com um bonito percurso de vida!
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