segunda-feira, 15 de junho de 2009

NAÇÃO E IMPÉRIO

II
No caso de Angola, os planos visavam a expansão para norte, pela ocupação da foz do Congo e litoral limítrofe; era uma antiga aspiração que vinha desde o século XVIII e que agora renascia no novo contexto, quando o comércio dos chamados «portos do norte» ganhava maior expressão em detrimento da praça de Luanda. As pressões das autoridades angolanas iam no sentido de se tomar o porto mais próximo que era o de Ambriz. Este projecto era contrariado, de certo modo, pela instabilidade política de Portugal e sobretudo a oposição da Grã-Bretanha que não via com bons olhos a expansão em África pelo Estado português, caracterizado no domínio colonial pelas suas práticas mercantis restritivas e pela sua incapacidade em reprimir o tráfico negreiro. Sob o impulso do Conselho Ultramarino, Ambriz virá de facto a ser tomado em 1855, sem aviso prévio ao governo de Londres, então envolvido na Guerra da Crimeia. A ocupação de Ambriz visava enquadrar-se num plano mais geral que pretendia colocar sob o domínio da Coroa portuguesa todo o Baixo Congo, até Cabinda e Molembo.
Projecto de expansão
Mas o projecto de expansão territorial em Angola estendia-se ainda a sul, procurando fundar feitorias em Porto do Pinda, foz do Cunene e Angra Fria, tentando evitar assim qualquer intromissão externa. No interior, contava-se formar uma colónia europeia no Huíla, organizada militarmente, como centro de onde se dominariam o país dos Gambos, o vale do Cunene e os sertões adjacentes. Por fim, pretendia-se de imediato ganhar influência nas regiões do Libolo e da Quissama. A longo prazo, tinha como objectivo fazer a ocupação de todos os territórios que ficavam entre os pontos já controlados ou a controlar no interior, como por exemplo Bié e Bailundo.

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