Episódios soltos
O capítulo III do Livro Memorando é dedicado aos episódios soltos. Na ocasião em que o livro foi escrito narrava-se aqueles que eu conhecia e me transmitiam à data. Agora, com a sua reprodução no blogue, tem havido uma maior participação. Ainda bem, porque é isso mesmo que se pretende. Todavia, como o livro já estava impresso, insiro estas histórias à margem do livro com uma numeração.
O episódio que vem a seguir, e os respectivos títulos, é contado pelo José Alves (Pacaça), com a colaboração do José Lucas (Muxagata) :
O capítulo III do Livro Memorando é dedicado aos episódios soltos. Na ocasião em que o livro foi escrito narrava-se aqueles que eu conhecia e me transmitiam à data. Agora, com a sua reprodução no blogue, tem havido uma maior participação. Ainda bem, porque é isso mesmo que se pretende. Todavia, como o livro já estava impresso, insiro estas histórias à margem do livro com uma numeração.
O episódio que vem a seguir, e os respectivos títulos, é contado pelo José Alves (Pacaça), com a colaboração do José Lucas (Muxagata) :
HISTÓRIAS E FACTOS
(OPERAÇÃO RELÂMPAGO)
Decorria o Ano de 1964 em Angola, quando o DFE4 permaneceu uns dias em Luanda para "descansar", findo os quais regressou à base em Sto António do Zaire.
Ficaram, porém, em Luanda, alguns militares para se tratar de algumas mazelas existentes no cavername devido à corrosão provocada pela cerveja. As avarias verificadas em alguns vasos de guerra, reduziam a sua operacionalidade, pelo que tiveram que subir ao nível do plano de reparação, tais como: Alves, Lucas, Cruz, Mourato e outros já apagados na memória, devido ao calcário.
Ficamos nos Estaleiros da Radionaval em Belas. As reparações eram efectuadas no Hospital Militar, ou em consultórios particulares a quem a Marinha pagava, pois as avarias eram provenientes das condições, por vezes adversas, a que os Fuzos Especiais eram submetidos.
Vamos aos factos que me levaram a tirar do baú das memórias, algumas passagens da minha juventude. Determinado dia, o Alves, após mais uma noitada daquelas por nós tão apreciadas, chegou a bordo da Radionaval e disse:
Eh lá, esta noite a Russa, como era conhecida (uma prostituta) residente no "Bordel do 4 do Bamby" no centro da cidade, puxou de um machado para me agredir; só não o tendo conseguido, devido à minha reacção. No vigor dos vinte anos, e o orgulho na "boina azul-ferrete," planeou-se ao pormenor, executar, pela calada da noite, um golpe de mão ao bordel, para meter na ordem as prostitutas e chulos.
Éramos seis vigorosos FUZOS ESPECIAIS, que num ápice, deixamos o BORDEL virado do avesso.
Fizemos a retirada, sem dar ao inimigo margem para reacção e reencontramo-nos numa esplanada a cerca de 100 metros. Não ficamos todos juntos, mas dispersos em várias mesas, para dissuadir o inimigo.
Passados alguns minutos, chegaram ao local, onde se havia efectuado o assalto, três viaturas da Policia Militar e um jipe com uma ronda da Marinha.
Chegaram tarde de mais para assistir ao espectáculo, que até tinha sido abrilhantado, com o lançamento de "Very Lights".
Os factos supra descritos, são narrados na sua versão original, por um "Fuzileiro Especial" que participou na operação, que dava pelo nome de:
(OPERAÇÃO RELÂMPAGO)
Decorria o Ano de 1964 em Angola, quando o DFE4 permaneceu uns dias em Luanda para "descansar", findo os quais regressou à base em Sto António do Zaire.
Ficaram, porém, em Luanda, alguns militares para se tratar de algumas mazelas existentes no cavername devido à corrosão provocada pela cerveja. As avarias verificadas em alguns vasos de guerra, reduziam a sua operacionalidade, pelo que tiveram que subir ao nível do plano de reparação, tais como: Alves, Lucas, Cruz, Mourato e outros já apagados na memória, devido ao calcário.
Ficamos nos Estaleiros da Radionaval em Belas. As reparações eram efectuadas no Hospital Militar, ou em consultórios particulares a quem a Marinha pagava, pois as avarias eram provenientes das condições, por vezes adversas, a que os Fuzos Especiais eram submetidos.
Vamos aos factos que me levaram a tirar do baú das memórias, algumas passagens da minha juventude. Determinado dia, o Alves, após mais uma noitada daquelas por nós tão apreciadas, chegou a bordo da Radionaval e disse:
Eh lá, esta noite a Russa, como era conhecida (uma prostituta) residente no "Bordel do 4 do Bamby" no centro da cidade, puxou de um machado para me agredir; só não o tendo conseguido, devido à minha reacção. No vigor dos vinte anos, e o orgulho na "boina azul-ferrete," planeou-se ao pormenor, executar, pela calada da noite, um golpe de mão ao bordel, para meter na ordem as prostitutas e chulos.
Éramos seis vigorosos FUZOS ESPECIAIS, que num ápice, deixamos o BORDEL virado do avesso.
Fizemos a retirada, sem dar ao inimigo margem para reacção e reencontramo-nos numa esplanada a cerca de 100 metros. Não ficamos todos juntos, mas dispersos em várias mesas, para dissuadir o inimigo.
Passados alguns minutos, chegaram ao local, onde se havia efectuado o assalto, três viaturas da Policia Militar e um jipe com uma ronda da Marinha.
Chegaram tarde de mais para assistir ao espectáculo, que até tinha sido abrilhantado, com o lançamento de "Very Lights".
Os factos supra descritos, são narrados na sua versão original, por um "Fuzileiro Especial" que participou na operação, que dava pelo nome de:
Sou Emília Lucas de Sousa, filha do tenente Lucas, o Muxagata.
ResponderEliminarQuero felicitá-lo pela criação deste blog, desde que tomei conhecimento da sua existência que me tornei uma visitante assidua. Particularmente este acontecimento mereceu uma especial atenção, por um dos intervenientes ser o meu pai, e de facto é digno de uma boa gargalhada.
Tenho um fascínio por tudo o que se relaciona com o mundo dos militares, particularmente a marinha e pelo ultramar. Está de parabéns. Emilia Sousa