quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Memorando DFE4 - Angola 1963-65

As patuscadas
A caça era uma forma de actividade lúdica e simultaneamente um contributo alimentar. Quem gostava de caçar levantava-se cedo e ia por esses planaltos e serras fora à sua procura. Quase sempre trazia-se caça. Uma gazela, um javali, um burro do mato ou uma pacaça ou ainda qualquer bicharoco esquisito. Faziam-se bons bifes das peças de carne e das suas miudezas (vísceras) umas petiscadas
para o lanche, por volta das quatro ou cinco horas da tarde, que se designava por matiné. Quem não ia à caça e comia, pagava as bebidas, geralmente cerveja, ou encarregava-se de preparar o petisco. No Posto da Macala era o camarada Horácio que, de resto fazia também de cozinheiro. Era trabalhador e dedicado à causa. Por vezes, matava-se uns crocodilos ou uns répteis, geralmente jibóias, e esfolava-se com jeito para aproveitar a pele que depois de bem curtida poderia ser vendida no mercado. As carnes destes répteis, como variante à da gazela e do javali, eram cozinhadas e servidas para quem quisesse. No meio desta confusão, havia sempre alguém que comia enganado, e depois de saber vomitava, como aconteceu, certa ocasião no Posto da Macala. Aqui, segundo o relato do Alves, foi preparado um petisco de jibóia e convidado para a refeição um marinheiro fogueiro. Não queria acreditar e pensava que era galinha… quando lhe confirmaram foi para detrás da caserna vomitar! Estas cenas repetiam-se também com jacarés. Nunca comi. Depois de esfolado, tinha um cheiro activo a peixe…
Caça: Almada, António José, Piriquito, Toni, Barreiro.
Zé Luís, Cardoso, Galvão, Valério.
Caçadores: Zé Mestre, Protestante, Pacheco e António José.
Romão pega na jibóia
Caçadores de crocodilo: Zé Mestre, Almada, Mix, Alex e Raposo (?).
Zé Alves, Miranda, Francisco Ferreira...

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