Gostei deste título dado pelo Agostinho Maduro acerca de mais um episódio passado com o Galvão (Manuel Pinto Carvalho/15517) em Luanda (1963-65). Gostei do título porque, se bem compreendi, os homens não se medem aos palmos nem pela quantidade do seu dinheiro mas pelas suas acções - e deixem-me ser um pouco cristão - pela sua grandeza de alma. E eu entendo que a amizade autêntica é uma grandeza de alma.
Bem. O Agostinho já havia contado algumas histórias sobre o Galvão, como por exemplo: Senhor Comandante, dá-me licença que desmaie?
Esta é mais uma história narrada pelo Agostinho e começa assim:
Estávamos em Luanda e o nosso amigo Galvão “andava no ar” para “sair da Base” e ir até cidade, mas queria companhia... Devia ser já no fim do mês porque estávamos “todos “lisos”. No entanto, desistir não era o feitio do Galvão e por isso convidou-me para ir com ele. Eu disse-lhe – esfregando o dedo polegar na farda e apontando com indicador - que tinha a farda suja… A dele estava pouco melhor do que a minha mas como era seu propósito ir, lá foi sozinho!
Esta é mais uma história narrada pelo Agostinho e começa assim:
Estávamos em Luanda e o nosso amigo Galvão “andava no ar” para “sair da Base” e ir até cidade, mas queria companhia... Devia ser já no fim do mês porque estávamos “todos “lisos”. No entanto, desistir não era o feitio do Galvão e por isso convidou-me para ir com ele. Eu disse-lhe – esfregando o dedo polegar na farda e apontando com indicador - que tinha a farda suja… A dele estava pouco melhor do que a minha mas como era seu propósito ir, lá foi sozinho!
No dia seguinte, perguntei-lhe que tal tinha sido a noite anterior. Respondeu-me: - olha, só te posso dizer uma coisa: desde a entrada da Ilha até à Base Naval existem 78 candeeiros! - Quer dizer que vieste a pé? – Bem. Para lá fui de machibombo (autocarro) até ao Café Pólo Norte. Sentei-me, mandei vir um café, um copo de água e um jornal; depois pedi a conta, que foram três angolares e meio. Então o troco – indaguei eu – dava para regressares de machibombo à Base? – Aqui, o Galvão parou, pensou um pouco, e disse: Não! Porque assim o empregado ficou convencido que eu estava cheio de dinheiro e se não gastei mas foi porque não quis!
Conclui o Agostinho: Eram estas e outras (peripécias) que nos ajudavam a passar o tempo e que nos unia mais ainda numa amizade que foi para a vida - não interessa quantos anos vivemos – mas são pequenas coisas nunca se esquecem.
Imagens:
Agostinho, Galvão, Base Naval Luanda e Baía de Luanda
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