Cabinda - Massabi
Uma das diligências que fazia parte do circuito operacional dos fuzileiros especiais era o Posto de Massabi. Ao chegarmos ao Posto, em 28 de Maio de 1964, tivemos a triste notícia que cinco militares do exército tinham sido mortos pelos guerrilheiros da FNLA, provavelmente numa emboscada.
No Posto de Massabi tínhamos como vizinho um sujeito da PIDE que habitava numa moradia amurada. Com ele vivia uma moça indígena muito bonita, bonita mesmo. Tinha feições perfeitas, um corpo esculturalmente bem feito, olhos negros lindos, cabelos escuros, acho que escorreitos, enfim, uma deusa! Só que com menos vinte anos que o seu consorte de ocasião, cuja idade devia rondar os quarenta. Morria de ciúmes por ela e não era para menos... Não a deixava expor-se ao pessoal, não fosse o diabo tecê-las!... Olhávamos para ele com aquela desconfiança que nos merecia todo o indivíduo que pertencia à polícia secreta. Tínhamos, no nosso espírito, um horror aos bufos. Além disso, constava-se que este fora queixar-se de uns soldados ao capitão do exército porque aqueles lhe tinham furtado uns cocos ou laranjas lá da propriedade.
Posto de Massabi e o macaco Benfica.
No Posto de Massabi tínhamos como vizinho um sujeito da PIDE que habitava numa moradia amurada. Com ele vivia uma moça indígena muito bonita, bonita mesmo. Tinha feições perfeitas, um corpo esculturalmente bem feito, olhos negros lindos, cabelos escuros, acho que escorreitos, enfim, uma deusa! Só que com menos vinte anos que o seu consorte de ocasião, cuja idade devia rondar os quarenta. Morria de ciúmes por ela e não era para menos... Não a deixava expor-se ao pessoal, não fosse o diabo tecê-las!... Olhávamos para ele com aquela desconfiança que nos merecia todo o indivíduo que pertencia à polícia secreta. Tínhamos, no nosso espírito, um horror aos bufos. Além disso, constava-se que este fora queixar-se de uns soldados ao capitão do exército porque aqueles lhe tinham furtado uns cocos ou laranjas lá da propriedade.
Posto de Massabi e o macaco Benfica.
Na foto seguinte, o Lucas passeando o macaco frente a casa do PIDE .
Nunca ninguém percebeu bem qual a sua relação entre a actividade policial e a gestão agrária, mas isso é outra política. O que se segue é que o Capitão não foi de modas e castigou mesmo os soldados. Este episódio não agradou nada ao pessoal que ficou de pé atrás...No entanto e por estratégia, supõe-se, o indivíduo até se aproximava de nós fuzileiros, jogava a bola connosco, mostrava-se afável e chegou mesmo a oferecer-nos garrafas de uísque em ocasiões festivas. Junto da moradia do dito cujo havia um laranjal que era vigiado toda a noite para não lhe roubarem as laranjas. Pois bem, era o próprio vigia, a nosso pedido, que ia apanhar as laranjas e no-las trazia para comermos! Em frente da própria moradia e do nosso Posto avistava-se um Barracão, tipo Fábrica, com uma maquinaria antiga que se dizia pertencer ao empório da CUF.
O Júlio e o macaco e o macaco junto da fábrica da CUF (parcial)
Nunca ninguém percebeu bem qual a sua relação entre a actividade policial e a gestão agrária, mas isso é outra política. O que se segue é que o Capitão não foi de modas e castigou mesmo os soldados. Este episódio não agradou nada ao pessoal que ficou de pé atrás...No entanto e por estratégia, supõe-se, o indivíduo até se aproximava de nós fuzileiros, jogava a bola connosco, mostrava-se afável e chegou mesmo a oferecer-nos garrafas de uísque em ocasiões festivas. Junto da moradia do dito cujo havia um laranjal que era vigiado toda a noite para não lhe roubarem as laranjas. Pois bem, era o próprio vigia, a nosso pedido, que ia apanhar as laranjas e no-las trazia para comermos! Em frente da própria moradia e do nosso Posto avistava-se um Barracão, tipo Fábrica, com uma maquinaria antiga que se dizia pertencer ao empório da CUF.
O Júlio e o macaco e o macaco junto da fábrica da CUF (parcial)
A imensa riqueza natural, mineira e florestal da região gerava e ainda geram a cobiça de muitos empresários e políticos. Uns desses recursos naturais eram os Palmeirais, de onde se extraía, a partir da recolha dos frutos de dendém pelos palmadores, o respectivo óleo de palma. Era com recurso às maquinetas obsoletas da fábrica e à mão-de-obra indígena, mal paga, que se arrecadava o produto.
Havia ainda o vinho de palma que era feito artesanalmente e tinha o nome de malavo. É extraído da seiva da flor da palmeira, muito apreciado e consumido pela população negra. Nós também chegámos a beber esse líquido que era delicioso!
Havia ainda o vinho de palma que era feito artesanalmente e tinha o nome de malavo. É extraído da seiva da flor da palmeira, muito apreciado e consumido pela população negra. Nós também chegámos a beber esse líquido que era delicioso!
HEY, ÁLVARO!
ResponderEliminarDeves ter cá um baú de todo o tamanho são umas atrás das outras!... Pau para muita colher já se vê! Agora o meu, está a ficar cheio, mas é de espaço para mais. Olha, estive em “conversation” com o nosso Agostinho e esposa, o que de certa forma, penso, apreciaram! Lógico, que alguém tem que ser “proactive”: Doutra forma morrer-se-há com a casca no sr. Doutor (cu) se dá licença.
Sem mais é o atrevido do Leiria a tentar conviver... toda esta vivência do além puchando-a para o aquém! Mas aqui, parece que só o Mourão é que dava cá um geitão como o: “Tempo volta p’ra trás”.
Recordações!... a recordar... com a teimosia a determinar!
Um abração!
Oi, camarada Artur!
ResponderEliminarEstou a gostar.Pelo que vejo, tu também tens cá uma pedalada que faz favor! Não há dúvida que a nossa geração foi bem fabricada...
Agora uma pergunta: Eras tu que davas preparação física ao pessol da nossa recruta ( Março/1962) e ou ITE? - Lembro-me de alguém, numa aula de ginástica mandar perfilar " alternadamente" e depois o instrutor perguntar: Vocês não sabem o que significa alternar? - Pergunto: Eras tu o ginasta/instrutor?
Um grande abraço!
Olá Amigo ÁLvaro!
ResponderEliminarDesculpa só agora responder a tua questão. Como sabes, agora há muito ( 5 posts) a visitar e o meu tempo vai sendo curto para passar a ronda a tudo, porque trabalho ainda claro, mas como o ditado diz – “melhor tarde do que nunca”, vamos a isso.
No ginásio, do qual fui encarregado por uns bons meses, dei instrução como ajuda aos monitores. Fora do ginásio não me lembro de o ter feito. Talvez algumas corridas como preparação/aquecimente para a aula que se seguia, detalhes não o posso descrever, foram muitos anos sem um mínimo envolvimento. Mas no fundo é giro relembrar todos estes belos tempos de outrora! É o ontem que nos ajuda hoje para se conseguir o amanhã...
Um abraço, amigo.