terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Memorando DFE4 - Angola 1963-65

Alfredo morre hoje!

Este episódio foi-me contado pelo camarada Agostinho Maduro e passou-se no Posto da Quissanga cujo cozinheiro era preto e chamava-se Alfredo. Este, certo dia, levantou-se e começou a dar as suas coisas (objectos pessoais) a toda gente, dizendo: jura mesmo, zambicatana, Alfredo morre hoje! – O imediato Paiva Boléo, que o ouviu, disse-lhe: - morres! Mas antes tens de te lavares. Já para o banho!

À tarde, estava o Agostinho, o Póvoa, o Galvão e mais outro camarada (...) a jogar à sueca quando se ouviu um tiro! – Diz o Galvão: - olha, o preto matou-se! – o que é o trunfo! – O jogo parou e lá foram todos prestar assistência ao Alfredo. Tinha disparado um tiro debaixo do queixo com a espingarda mauser.
A história teve um final feliz. O Alfredo foi de imediato transportado de bote, com a cabeça entrapada e ensanguentada, para Santo António do Zaire, mas safou-se.

2 comentários:

  1. Sobre o episódio do Alfredo, o Zé Alves confirmou:
    É verdade sim senhor, eu estava lá e ele estava sob as minhas ordens que eu era o cabo do rancho. E as cobras que foram às galinhas que estavam na capoeira? Foi na altura que faltaram as batatas, e a refeição acompanhava batata frita, mas como não havia foram bananas fritas a substituir.

    Chau, abraços

    Zorro

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  2. Ou a minha memória me falha ou aqui há um engano no local dos acontecimentos. Lembro-me do caso das jibóias no galinheiro. Quem fazia de cozinheiro era o Horácio, o comandante já era o Paiva Boléo e sucedeu o posto da Macala.
    Um abraço.
    Faísca

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